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Expandindo a RAM (e os slots...) Este Yamaha CX5M comprei num sucatão da Santa Ifigênia por volta de 1998 ou 1999, lembro que paguei uma mixaria, o preço não me recordo. O tal sucatão não existe mais, hoje tem uma galeria no lugar onde ele ficava na Rua Vitória. Um fato que eu não sabia na época (já que em 1998 a internet engatinhava) era que esse MSX tinha apenas 32KB de RAM e pra ajudar, no mesmo slot do BIOS. Então o BIOS fica nas paginas 0 e 1 do slot 0, e a RAM nas paginas 2 e 3 do mesmo Slot 0. (nota, existem duas versões do CX5M, o CX5M-I ou U e o CX5M-II, o meu é o CX5M-U) Que ele tinha só 32KB descobri quando tentei usar uma interface de drives nele, só não descobri que ela compartilhava o mesmo Slot do BIOS. Dai numa tentativa de expandir a RAM dele meio que as cegas (sem esquema/manual de serviço, lembre-se estamos falando de 1998). Resultado dessa tentativa desesperada de por 64KB nele? Fritei os pinos /RAS e /CAS do chipão MMC (MSX Memory Controller, YM5214) dele. Achar outro YM5214 naquela época e se bobear até mesmo hoje? Esquece! E mesmo que conseguisse outro YM5214, de nada adiantaria pois ele continuaria com 32KB e sendo impossível de usar interface de drives nele, sem ao menos usar um cartucho de RAM. Nisso o pobre CX5M ficou largado as traças e parado por alguns anos. Um belo dia, logo depois de construir o cartuchinho de 64KB de SRAM e descobrir que o MSX é inteligente o suficiente pra procurar RAM nos slot e usar a que encontrar primeiro, decidi fazer o mesmo teste no CX5M. Espetei o cartucho de SRAM no slot e... voilá! Ele funcionou usando a SRAM do cartucho! E inclusive a interface de drives! Então o CX5M não estava mais sucateado. Ai o que fazer para tê-lo de volta a vida? Colocar dentro dele, 64KB de memória SRAM, pois ai eu não precisava mais dos sinais /RAS e /CAS vindos do chipão MMC. Mas e ai, como colocar 64KB nele sendo que a disposição dos slots não ajudava? O mapa de memória do CX5M originalmente é esse:
Olhando esse mapa dá pra entender que só expandindo um slot. Pois como já foi dito a RAM está nas páginas 2 e 3 do Slot 0, junto com a ROM. E os slots todos ocupados. Cartridge é o conector superior, bus expansion é o slot invertido traseiro e FM unit é o slot do SFG-01/05. Aqui resolvi tomar a seguinte abordagem. Expandi o Slot 3, e usei o Slot 3.0 para colocar a RAM e o FM Unit ficou no slot 3.3. Com esta abordagem, os dois slots externos são primários. Felizmente os programas da Yamaha são bem programados e sabem procurar o FM unit em slot expandido, pois o CX5M-II tem slot expandido e o FM unit está justamente em um dos slots expandidos. Então apos alguma pesquisa na melhor disposição, o CX5M ficou assim:
E ainda sobrou dois slots não usados, ficou até que bom para uma futura conversão para MSX2 ou 2+ e a instalação de uma interface IDE interna com um cartão CF! O expansor de slot usado, foi o esquema que está aqui. Na época montei em placa padrão mesmo (e tome salada de wire-wrap por baixo da placa) e a RAM usei o mesmo esquema do Cartucho SRAM 64KB. Usei duas memórias 61256 porque naquela época eu não tinha uma 61512 nem pra fazer remédio! Hoje em dia... tem de quilos aqui. Quem sabe um dia eu não mexo nele (no CX5M) e arranco essa macarronada toda de dentro dele e coloque somente uma SRAM de 64KB, refaço o YM5214 em um CPLD e já coloco um expansor de slot junto? Abaixo fotos do meu CX5M depois dessa história toda. Comentários pertinentes abaixo de cada foto quando necessário.
Ah... e porque só publiquei essa pagina mais de 10 anos após ter colocado o CX5M de volta a vida??? Bom... porque em por volta de 2001 (que foi quando consertei ele) eu ainda não tinha câmera digital, tinha que pegar emprestada de amigos. E ai foi ficando... ficando... até que o Tabajara também comprou um CX5M e vai expandir a RAM do dele também.
O CX5M tem um defeito CRÔNICO na fonte. Para fixar um resistor de metal-filme na placa, lambuzaram ele de adesivo de contato. O adesivo de contato é velho conhecido por um problema. Sua cura (ou composição) libera enxofre. E enxofre mais gás carbônico (presente no ar) gera ácido sulfúrico. Resultado disso? Corrosão! Essa corrosão acaba contaminando o resistor R3, de 68K x 3W, altera seu valor para maior e com isso a fonte não parte. Ou fica com dificuldades para partir. Solução? retire toda a cola! Limpe toda a cola e substituía o resistor por um de 68K x 3W.
As vezes não dá pra entender certas decisões de projeto de um fabricante. A Yamaha resolveu economizar um mísero fusível no CX5M. Descobri isso da pior forma, quando inadvertidamente liguei meu CX5M em 220V e danifiquei seriamente a fonte. A solução é instalar um fusível como se segue na foto abaixo. Tire o terminal mais comprido do resistor indicado na foto abaixo. E instale o porta fusível, inserindo um do terminais dele na placa de circuito impresso e enrole o terminal do resistor no outro e solde. O fusível é de 1A. Se houvesse o fusível, o estrago poderia ter sido menor. E se houvesse um varistor de proteção, seria zero de estrago. Então quando instalar o fusível, já aproveite para instalar um pequeno varistor S5K150 (5mm 150V) em paralelo com o capacitor C1. O varistor tem que ser colocado por baixo da placa. Coloque o varistor dentro de um espaguete termo retrátil.
Outro problema crônico no CX5M é danificar as VRAM, 4116. Estas memórias jurássicas precisam de 3 tensões para funcionar. Um defeito provocado pela cola, solda fria ou mesmo esgotamento do capacitor C5 causa instabilidades na fonte e danifica as 4116. Tive este problema por duas vezes (danificar as 4116). Então antes que o problema ocorra, limpe toda a cola da placa da fonte, confira o valor de R3 (caso já citado acima), substitua C5 (1uF x 50V) e confira toda a placa da fonte atrás de soldas mal feitas, trincadas ou frias. Meu CX5M alem de C5 estar completamente aberto, tinha várias soldas trincadas na placa da fonte.
Não me pergunte, e não sei porque, a Yamaha colocou um EDGE macho para o slot traseiro do CX5M. Talvez seja pra usar um DOCK Station. O fato é que esse conector tem exatamente a mesma pinagem de um slot padrão MSX, só está com o conector inverso. Logo, para ter um slot normal, basta soldar um conector EDGE fêmea neste local. Feche os pinos de solda do EDGE até dar a espessura da placa. Solde todos os pinos e pronto. Só tem o inconveniente que não dá mais pra colocar a tampinha plástica, mas isso pra mim tem importância zero, o slot funcional é melhor.
Um MSX sem chave de reset é algo deveres estranho. Mas dá pra instalar uma facilmente no CX5M. O local que escolhi para instalar foi na lateral direita do gabinete. Utilizei uma chave de teclas da MarGirius. É preciso serrar um pedaço da blindagem interna para passar o corpo da chave.
O lugar onde a chave foi ligada. Um dos fios vai ligado na via de passagem que vai ao pino 3 do 74LS14. O outro fio vai no pino 7 do mesmo 74LS14, que é o GND.
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